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Doenças reumáticas já não são restrição para a gravidez

Postado em 18/10/2019



Ainda hoje, pacientes ouvem de seus médicos que não deveriam engravidar pelo fato de terem determinadas doenças reumáticas autoimunes. Mas a medicina evoluiu. Carregar um filho no colo já é um sonho possível, embora sobrem conceitos errados e faltem informações. Por muito tempo, a reumatologia perseguiu mais anos e qualidade de vida para seus pacientes. O aprimoramento dos métodos diagnósticos permitiu identificar as patologias mais cedo, antes de maiores complicações. A descoberta de novos medicamentos revolucionou a área e ampliou as perspectivas. Essa paciente, agora, tem chances de viver mais e melhor, com menos impacto da doença e melhores chances de engravidar.

 

Mas não é uma gestação qualquer. De acordo com a Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro, algumas patologias autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES), podem piorar durante a gravidez. A síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF) aumenta o risco de abortamento. Na artrite reumatoide (AR), alguns medicamentos são proibidos na gestação.

 

As Doenças Autoimunes:

Autoimunidade é uma condição em que nosso sistema de defesa passa a agredir, por “engano”, estruturas do nosso corpo, como fariam micróbios invasores. Algum grau de autoimunidade ocorre na maioria de nós, sem, no entanto, causar uma patologia. A doença autoimune ocorre quando essa autoimunidade se perpetua ou se intensifica a ponto de causar danos ao nosso corpo. Há mais de 80 doenças onde a autoimunidade tem um papel importante, muitas delas reumatológicas. Em muitas existe também um agente infeccioso desencadeando a condição, como um vírus ou uma bactéria.

 

Segundo a Sociedade Mineira de Reumatologia, diferentes trabalhos descrevem que até 50% das pacientes lúpicas, por exemplo, podem ter uma piora da doença durante a gravidez e também no período pós-parto. Ainda de acordo com a entidade, parece haver alguma relação entre a imunidade da mãe e os níveis de hormônios femininos, caso do estrógeno, que aumenta na gravidez. Há também alterações na gestante para se adaptar ao feto, que contém carga genética do pai. Isso pode estimular as células que compõem o sistema imunológico da mãe. Há duas décadas, isso não estava bem esclarecido. Além disso, essas doenças eram mais difíceis de serem controladas e engravidar era um problema.

 

Como todas são doenças crônicas, o objetivo maior era melhorar a sobrevida e a qualidade de vida. Isso foi sendo cada vez mais alcançado. Quando uma paciente tem sua doença melhor controlada é natural que ela faça planos de vida. E entre eles, muitas vezes, está a gravidez. Mas muitas ainda têm medo. Trinta por cento das mulheres, no terceiro trimestre da gravidez, podem desenvolver a síndrome do túnel do carpo. É comum na gravidez, em todo o mundo. Mas quando isso ocorria com uma mulher com lúpus logo achavam que era decorrente da doença.

 

Hoje, o entendimento é melhor. Dá para tratar a prevenir problemas e saber identificar os fatores de risco. Ela é chamada gravidez de alto risco não porque a paciente vai ter um problema, mas para que tenha cuidados e atenção especiais. O acompanhamento multidisciplinar também é fundamental. Quando a gestante é acompanhada por uma equipe experiente o processo tende a ser mais seguro e ter bons resultados.

 

O ASSIM SAÚDE dá informações importantes sobre gravidez e lembra que o acompanhamento de médicos especialistas é primordial.